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Safari da Ponta da Pinta. Foto:  Paula Barreto

Cão da Serra da Estrela

Programa de criação
Ponta da Pinta

O Serra da Estrela é um cão de trabalho, concebido desde tempos remotos para protecção dos rebanhos face a investidas de predadores e ladrões. A procura de novas pastagens levava-o a percorrer grandes distâncias, por vezes em terrenos acidentados – tarefa própria para atletas completos, corredores de fundo, convertidos em sprinters sempre que necessário. Nas condições agrestes em que vivia, sob os desígnios do pastor de poucos recursos, tinha necessariamente de ser um animal saudável, robusto, com um forte instinto de sobrevivência e um sistema imunitário que lhe permitisse sobreviver a infecções; tinha também que possuir um carácter e uma destreza física à altura das suas funções. Eram estes os animais que trabalhavam, e ainda hoje trabalham – e que os pastores sempre escolheram para reproduzir. Durante séculos, a raça sobreviveu e fortaleceu-se graças a essa prática de criação, que copiava a selecção natural.

A fama que o Serra da Estrela tem, ainda hoje, de ser um cão aguerrido e resistente às doenças deve-se a esse fortalecimento permanente, ao longo dos tempos, das suas aptidões. Com a génese da canicultura e o trabalho que os criadores começaram a desenvolver na raça, as prioridades alteraram-se: a homogeneização do tipo e a estética passaram para primeiro plano. O recurso a práticas sistemáticas de consanguinidade permitiu alcançar esses objectivos mas tem vindo, em parte, a sacrificar muito daquilo a que o Serra da Estrela deve a sua existência: o temperamento, a capacidade atlética, a saúde, a vitalidade.

O nosso projecto de criação tem uma perspectiva conservacionista. Assenta no respeito e na admiração pela raça e na preocupação de preservar a herança que, sabiamente, sucessivas gerações de pastores construíram. Por outro lado, fundamenta-se no estudo da genética e nos meios disponibilizados pela ciência e pela tecnologia. 

Alvorada da Ponta da Pinta
Foto: Márcia Silva
  • Ajudar a preservar a diversidade genética da raça, especialmente na variedade de pêlo comprido (em cujas linhas da canicultura existe um coeficiente de consanguinidade elevado).

  • Estabelecer como prioridades a saúde, o carácter e as aptidões naturais de sobrevivência e trabalho, a par da correcção morfológica.

  • Efectuar despistes sistemáticos de doenças hereditárias e contribuir para investigações científicas académicas sobre doenças com incidência na raça.

  • Estudar o património genético da raça e a frequência de doenças e defeitos hereditários.

  • Contribuir para a redução, na raça, da frequência de certos genes mutantes responsáveis por doenças incapacitantes, letais ou sub-letais.

  • Cooperar com outros criadores, clubes de raça, investigadores e instituições diversas para desenvolver projectos de estudo e melhoramento da raça.

  • Cooperar com criadores/proprietários de gado detentores de Cães da Serra da Estrela, realizando uma permuta de cachorros que permita a ambas as partes a diversificação de linhagens.

  • Contribuir para a reimplantação, em Portugal, da variedade de pêlo comprido enquanto cão de protecção de rebanhos.

  • Beneficiar as duas variedades, efectuando, para tal, cruzamentos ocasionais entre ambas.

  • Criar novas linhagens de pêlo comprido a partir das de pêlo curto, ampliando assim a diversidade genética daquela variedade.

  • Contribuir para a conservação, melhoramento, divulgação e expansão da variedade de pêlo curto.

  • Efectuar uma selecção de reprodutores que se aproxime da selecção natural, como forma de preservar características fundamentais para a sobrevivência enquanto cão de trabalho.

  • Preservar as cores raras na variedade de pêlo comprido.

  • Estabelecer uma rede de colaboradores e parceiros que apoie e possibilite o nosso programa de melhoramento da raça.

Objectivos
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